Ler também é um exercício?
“Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”.
Essa frase do cientista Albert Einstein nos leva a buscar respostas para a pergunta acima.
Estudos científicos explicam a importância da atividade física para manutenção da saúde e qualidade de vida. Da mesma forma que o corpo precisa de atividade física para se manter saudável, o cérebro também se beneficia de exercícios. Segundo especialistas, o hábito de leitura pode ser um estímulo que melhora a qualidade da saúde mental , pois melhora a função cognitiva, protege contra doenças neurodegenerativas e promove o bem-estar.
O cérebro humano é o centro de controle do sistema nervoso, responsável por funções complexas como pensamentos, emoções e movimentos corporais. Com base nessa definição, infere-se que o cérebro também precisa ser exercitado diariamente.
Segundo o professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Augusto Buchweitz, ler pode atuar como um exercício que estimula o cérebro a:
- combater doenças;
- desenvolver habilidades como a escrita;
- ter criatividade e senso crítico;
- controlar o estresse;
- estimular a memória.
Os benefícios da leitura não atuam no nosso cérebro apenas no presente. Estudos apontam que, quando lemos, melhoramos o funcionamento cerebral, o que ajuda a “atrasar” sintomas de doenças como demência e Alzheimer.
O hábito da leitura também favorece a melhora na produção de textos. A expressão “quem não lê, não escreve” ressalta a importância da leitura para o desenvolvimento da escrita. A leitura, por meio da exposição a diferentes estilos, estruturas e conteúdos, contribui para o aprimoramento da capacidade de expressão escrita.
Agora, vamos fazer um exercício de leitura e interpretação? Treine seu cérebro!
Simplificando, numa produção textual escrita, pode-se dizer que coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Leia o texto abaixo para responder às questões.
“João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina, cuja frente dava para leste. Desde o pé da colina, se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície coberta de areia. Na noite em que completava trinta anos, João, sentado nos degraus da escada colocada à frente de sua casa, olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de grama. De repente, viu um cavalo que descia para sua casa. As árvores e as folhagens não o permitiam ver instintivamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto verificou que o visitante era seu filho Guilherme, que há vinte anos tinha partido para alistar-se no exército, e, em todo esse tempo, não havia dado sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente, correu até ele, lançando-se nos seus braços e começando a chorar”.
(KOCH & TRAVAGLIA, 2003).
Apesar de aparentemente bem redigido, o texto apresenta alguns contrassensos que podem prejudicar a compreensão dos fatos. Leia o texto novamente e tente responder às questões a seguir.
- A cena narrada ocorre à noite: “Na noite em que completava 30 anos”. No entanto, o que João olhava, sentado à frente de sua casa?
- João está completando 30 anos. No entanto, o filho que retorna saíra havia 20 anos para alistar-se no exército. Portanto, qual é a idade do filho?
- João morava em uma colina árida, diante de um cenário desértico. Que elementos do texto contrariam essa informação?
Por professora Marisa Aparecida Martins Bessa.
Atua no Colégio Franciscano Imaculada Conceição. É professora de Língua Portuguesa dos Ensinos Fundamental e Médio, pós-graduada em Língua Portuguesa pelas Faculdades Integradas Simonsen e em Educação pela Faculdade Pitágoras.